Por um longo período, a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) reuniu as principais orientações e recomendações de autoridades médicas nacionais e estrangeiras a respeito do novo coronavírus e recomendou a adoção de medidas bastante restritivas à toda comunidade de Cirurgiões Plásticos. No entanto, em seu relatório mais recente, divulgado em abril, a instituição chamou atenção para as particularidades das estatísticas de evolução da pandemia em cada região do país e apontou a possibilidade de retomar as atividades naquelas que atenderem a alguns critérios mínimos.
Para uma retomada calcada na responsabilidade profissional, na segurança dos pacientes e, sobretudo, nas diretrizes das autoridades sanitárias Municipais, Estaduais e Federais, os cirurgiões plásticos devem ser observados dados relacionados à taxa de transmissão, ao número de casos e ao número de óbitos em sua região de atuação. Além disso, outro fator decisivo é o contingenciamento de vagas em hospitais contendo recursos técnicos e humanos adequados e cuja capacidade de atendimento a casos graves não tenha sido superada em mais de 50% a demanda de pacientes.
Entenda as orientações da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP)
Telemedicina e seus recursos (Teleorientação, Telemonitorização e Teleconsulta)
# A possibilidade e a eticidade da utilização da Telemedicina foram reconhecidas em caráter excepcional e temporário enquanto durar as medidas de enfrentamento ao coronavírus.
Atendimentos ambulatoriais, clínicas e consultórios
# Para retomar as atividades de Cirurgia Plástica todos os colaboradores deverão ser orientados sobre medidas de prevenção e protocolos de recepção dos pacientes no consultório.
# Os agendamentos devem ocorrer em horários espaçados para que não haja aglomeração, sendo fundamental a disponibilização de equipamentos de proteção individual, como máscaras faciais e álcool gel 70%.
# Além desses fatores, a higienização periódica do local e o compromisso em prover o máximo de informações (com especial atenção aos esclarecimentos sobre os riscos no per-operatório, pós-operatório imediato e sobre o período de internação) e em obter autorização dos pacientes antes de realizar qualquer tratamento (cirúrgico ou não).
Atendimentos – Procedimentos em hospitais, clínicas e “hospital-day”
# Mesmo diante de algumas flexibilizações adotadas para adaptar a prática médica à realidade da pandemia, fatores como a definição de um plano cirúrgico, o melhor tempo para a realização da cirurgia, a avaliação e a indicação do procedimento continuam sendo de responsabilidade exclusiva do médico especialista em Cirurgia Plástica.
# Para a realização de cirurgia plástica, recomenda-se a utilização de estabelecimentos de saúde estruturados com fluxo “corona-free”, bem como seguro de responsabilidade civil médica que admita situação de cobertura contratual face os efeitos e riscos da pandemia e a cobertura securitária para o ato cirúrgico.
# As medidas também incluem uma consulta pré-anestésica 24h antes da cirurgia e, na internação, uma rigorosa avaliação do quadro clínico e dos exames pré-operatórios. Sempre que possível, a realização de teste rápido para Covid-19 no paciente (1h antes da cirurgia) e em toda a equipe médica e colaboradores a cada 14 dias também são indicados.
# Por fim, o relatório recomenda evitar procedimentos de cirurgias plásticas em pacientes do grupo de risco (acima de 60 anos e/ou com comorbidades – hipertensão arterial, doenças respiratórias crônicas, diabetes, doenças autoimunes, etc.), optar por cirurgia única e/ou com tempo cirúrgico menor que 4h e utilizar o score de segurança da SBCP como critério de avaliação .